sexta-feira, 21 de abril de 2017

PONTUAÇÃO

Sinais de Pontuação
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Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
    1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
    2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
    3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.
Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:
- Nas datas, para separar o nome da localidade.
    Por Exemplo:
      São Paulo, 25 de agosto de 2005.
- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
    Por Exemplo:
      – Você gostou do vestido?
      – Sim, eu adorei!
      – Pretende usá-lo hoje?
      – Não, no final de semana.
- Após a saudação em correspondência (social e comercial).
    Exemplos:
      Com muito amor,
      Respeitosamente
      ,
- Para separar termos de uma mesma função sintática.
    Por Exemplo:
      A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.

    Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- Para destacar elementos intercalados, como:
    a) uma conjunção
      Por Exemplo:
        Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
    b) um adjunto adverbial
      Por Exemplo:
        Estas crianças, com certezaserão aprovadas.

      Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
    c) um vocativo
      Por Exemplo:
        Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
    d) um aposto
    Por Exemplo:
      Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.

    e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
      Por Exemplo:
        O amor, isto éo mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.
- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
    Por Exemplo:
      O documento de identidade, você trouxe?
- Para separar elementos paralelos de um provérbio.
    Por Exemplo:
      Tal pai, tal filho.
- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
    Por Exemplo:
      As flores, eu as recebi hoje.
- Para indicar a elipse de um termo.
    Por Exemplo:
      Daniel ficou alegre; eu, triste.
- Para isolar elementos repetidos.
    Exemplos:

      A casa, a casa está destruída.
      Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- Para separar orações intercaladas.
    Por Exemplo:
      O importante, insistiam os paisera a segurança da escola.
- Para separar orações coordenadas assindéticas.
    Por Exemplo:
      O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
    Exemplos:
      Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
      Vá devagar, que o caminho é perigoso.
      Estuda muito, pois será recompensado.
      As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.

ATENÇÃO

Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
    Por Exemplo:
      O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

    Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
    Por Exemplo:
      E chora, e rie grita, pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)
    Por Exemplo:
      Coitada! Estudou muitoe ainda assim não foi aprovada.
- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).
    Por Exemplo:
      Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
      Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
    Por Exemplo:
      A incrível professora, que ainda estava na faculdadedominava todo o conteúdo.

AMBIGUIDADE

O que é Ambiguidade:

Ambiguidade é a qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um sentido ou significado.
A ambiguidade pode apresentar a sensação de indecisão, hesitação, imprecisão, incerteza e indeterminação.
Exemplo: “Não sei se gosto do frio ou do calor”. “Não sei se vou ou fico”.
A ambiguidade pode estar em palavras, frases, expressões ou sentenças completas. É bastante aplicável em textos de teor literário, poético ou humorístico, mas deve ser evitado em textos científicos ou jornalísticos.
Propaganda: Ambiguidade Proposital


DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO


PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDOS


PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDO

 

Os Implícitos


A idéia de implícito em um texto está naquilo que está presente pela ausência, ou seja, o conteúdo implícito pode ser definido como o conteúdo que fica à margem da discussão, porque ele não vem explicitado no texto. Implícito é aquela informação que está por trás das palavras, são os não-ditos.
A) O que não está dito, mas que, de certa forma, sustenta o que está dito
“O tempo continua chuvoso”, comunica-se de maneira explícita que, no momento da fala, o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo “continuar” revela a informação implícita de que, antes, o tempo já estava chuvoso.
O que está suposto para que se entenda o que está dito:
“João deixou de fumar” diz-se, explicitamente que, no momento da fala, João não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

Pressuposto


Os pressupostos são identificados quando o locutor veicula uma mensagem adicional a partir de alguma palavra ou expressão, ou seja, o pressuposto possui uma marca linguística que permite ao leitor depreender e inferir a informação implícita. Essa percepção é característica do leitor proficiente, aquele que lê não só palavras, mas os sentidos veiculados por trás delas, nas camadas mais profundas do texto.
Há vários tipos de palavras com esse tipo de "poder".Identificá-las é de suma importância para que se apreenda as "intenções" do dito.  Eis alguns tipos:
* Verbos que indiquem: mudança, continuidade, término...
Exemplos:
O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais.
(pressuposto: o concurseiro saía todos os sábados.)
O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos.
(pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.)
A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou.
(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)

* Advérbios com sentido próprio
Exemplos:
Felizmente, não preciso mais estudar.
(pressuposto: o emissor considera a informação boa)
Após uma hora de prova, metade das pessoas já havia saído.
(pressuposto: algo aconteceu antes do tempo.)

* Uso do pronome “que” em orações subordinadas adjetivas
Exemplos:
Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido. (adjetiva restritiva)
(pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho)

Os nerds, que ficam em casa o tempo todo, conseguem melhores notas. (adjetiva explicativa)
(pressuposto: todos os nerds ficam em casa o tempo todo).





Subentendidos


Enquanto os pressupostos seriam as mensagens adicionais, os subentendidos seriam as mensagens escondidas. Devem ser deduzidas pelo leitor/interlocutor e,  justamente por essa ideia de dedução, podem não ser verdadeiras. O locutor/autor pode utilizar o subentendido para dizer algo que parece não estar dizendo, e a interpretação, inferência é de total responsabilidade do leitor/ouvinte. Ou seja, o autor/locutor pode perfeitamente negar ter dito o que foi inferido.Percebe-se aqui outra diferença entre os institutos, já que os pressupostos são sempre marcados linguisticamente e, por isso, são verdadeiros, inclusive quando negamos a frase original. Os subentendidos, entretanto, não possuem marcas linguísticas, seus sentidos são depreendidos pelo leitor/ouvinte através do próprio contexto comunicacional, sendo, portanto, uma interpretação ou afirmação que pode ser negada, pode ser verdadeira ou não.
Consideremos os contextos e situações comunicativas:

* Situação em que recebemos uma visita:
- Nossa! Está muito calor aqui dentro!
(possível subentendido: a pessoa pede que as janelas sejam abertas ou que se ligue o ventilador ou o ar condicionado)
Percebam que, ao negarmos a frase, a ideia subentendida desaparece. Ao mesmo tempo que é impossível provar que a pessoa esteja realmente fazendo esse pedido. É possível que o emissor negue a dedução do receptor. Vejamos outro exemplo:
  
* Situação em uma rua qualquer:
- A bolsa da senhora está pesada? (pergunta um jovem rapaz)
(possível subentendido: o rapaz está se oferecendo para carregar a bolsa)

Novamente, esta é apenas uma possibilidade. O rapaz poderia estar interessado na resistência da bolsa ou então preocupado com a coluna da senhora, mas não necessariamente se oferecendo para carregar a bolsa.